Rio de Janeiro, . | Política


Uma entrevista convenientemente ignorada: Lula na Playboy

Alexandre B. Cunha

A edição de julho de 1979 da versão brasileira da revista Playboy continha uma entrevista com aquele que era na época um destacado líder sindical: o Sr. Lula. O conteúdo daquele depoimento é simplesmente estarrecedor. Qualquer outro político brasileiro que tivesse proferido metade das aberrações ali contidas jamais teria chegado perto do Palácio do Planalto. Este post reproduz e comenta os principais trechos da entrevista em questão.

É natural que o leitor questione a autenticidade das informações contidas neste texto. Assim sendo, reproduzo abaixo um trecho da capa da revista:

Trecho da capa da revista Plaboy de julho de 1979.

Ressalto que uma simples busca no Google por Lula entrevista playboy 1979 apresentará vários resultados que evidenciam que a entrevista realmente foi publicada. Adicionalmente, listo no final deste texto alguns links para outros websites que discutem a polêmica entrevista.

Antes que algum petista incomodado diga coisas como “Isso é um absurdo! Não podemos expor as pessoas dessa forma!”, deixo claro desde já que não me submeto a esse tipo de patrulha. O Sr. Lula concedeu a entrevista voluntariamente. Logo, tenho o direito de discutir e comentar o material. O que não é aceitável é uma pessoa fazer declarações ignorantes, grosseiras e de mau-gosto e, em nome da agenda politicamente correta (ou não seria o caso de dizer ‘PeTistamente’ correta?), nós sermos obrigados a fazer de conta que nada foi dito.

Dito isto, está mais do que na hora de começar a análise propriamente dita. Procedo da forma detalhada a seguir. Reproduzo abaixo sete trechos da entrevista; eles são apresentados na ordem em que aparecem na revista. Em seguida, faço uma brevíssima análise do material. Melhor ainda: seguindo o jargão dos ‘intelectuais’ esquerdistas, faço uma ‘análise crítica’.

Trecho 1

Playboy – Com que idade você teve sua primeira experiência sexual?

Lula – Com 16 anos.

Playboy – Foi com mulher ou com homem?

Lula [surpreso] – Que quié isso!? Com mulher, claro! Mas, naquele tempo, a sacanagem era muito maior do que hoje. Um moleque, naquele tempo, com 10, 12 anos, já tinha experiência sexual com animais… A gente fazia muito mais sacanagem do que a molecada faz hoje. O mundo era mais livre…

Trecho 2 (Lula conta como conheceu Marisa.)

Playboy – Como é que foi?

Lula – Foi engraçado. Eu saía da casa de uma namorada à meia-noite, a 1 da manhã e pegava um táxi na pracinha de São Bernardo. Era o táxi de um velho. Um dia, não sei por que, contei a ele que eu era viúvo. Então ele me contou que tinha uma nora muito bonita, e que o filho tinha sido assassinado três meses depois do casamento. Ele continuava muito revoltado com a morte do filho e me contou que a nora não ia mais casar. Como eu tinha contado a minha história para ele, de vez em quando pegava o táxi e ele desabafava, falava do filho. E às vezes também falava da nora. E eu pensava: “Qualquer dia eu vou papar a nora desse velho… “. Nessa época a Marisa apareceu no sindicato. Ela foi procurar um atestado de dependência econômica para internar o irmão. Eu tinha dito ao Luisinho, que trabalhava comigo no sindicato, que me avisasse sempre que aparecesse uma viuvinha bonitinha. Quando a Marisa apareceu, ele foi me chamar.

Playboy – O que você era no sindicato nessa época?

Lula – Primeiro secretário e diretor do Departamento de Previdência. Então comecei a encher o saco dela. E ela não queria nada. Escamosa, sabe? Uns três ou quatro dias depois eu passei a telefonar para ela. Mas só depois descobri que Marisa e a nora do taxista eram a mesma pessoa.

Trecho 3

Lula – Charminho dela… O problema de mulher é você conseguir pegar na mão. Pegou na mão…

Trecho 4

Playboy – Marisa é feminista?

Lula – Não. Não há condições para uma dona-de-casa, mãe de três filhos, ser feminista.

Trecho 5

Playboy – Você se expressa bem, fala com clareza. Você lê?

Lula – Eu leio jornais e converso muito. Aprendendo com o dia-a-dia, em contato com os problemas que a gente enfrenta. Eu ganho muitos livros, mas sou preguiçoso para ler. Quando muito, leio o prefácio, deixo para depois e acabo não lendo.

Trecho 6

Playboy – Sobra tempo para TV?

Lula – TV sim. Mas só gosto de bangue-bangue e desenho animado.

Trecho 7

Playboy – Alguém mais que você admira?

Lula [pausa, olhando as paredes] – O Mao Tse-tung também lutou por aquilo que achava certo, lutou para transformar alguma coisa…

Playboy – Diga mais…

Lula – Por exemplo, o Hitler, mesmo errado, tinha aquilo que eu admiro num homem, o fogo de se propor a fazer alguma coisa e tentar fazer.

Playboy – Quer dizer que você admira o Adolfo?

Lula [enfático] – Não, não. O que eu admiro é a disposição, a força, a dedicação. É diferente de admirar as idéias dele, a ideologia dele.

Playboy – E entre os vivos?

Lula [pensando] – O Fidel Castro, que também se dedicou a uma causa e lutou contra tudo.

Playboy – Mais.

Lula – Khomeini. Eu não conheço muito coisa sobre o Irã, mas a força que o Khomeini mostrou, a determinação de acabar com aquele regime do Xá foi um negócio sério.

Bom, dizer o quê? Esses trechos definitivamente dispensam comentários. Essa entrevista evidencia que em 2002 a imprensa brasileira estendeu um tapete vermelho para que o Sr. Lula virasse presidente da república. Afinal de contas, que outro candidato à presidência que estivesse liderando as pesquisas não teria sido massacrado pela mídia se tivesse falado metade do que o Lula falou nessa entrevista? Imaginem se qualquer político que já tenha sido satanizado pelo PT tivesse dado essas declarações. Ele certamente estaria completamente liquidado. A imprensa teria destroçado o sujeito. Porém, como era o Lula… Ah, vamos fazer de conta que essa entrevista não aconteceu.

Pensar que a petistada ainda tem a cara de pau de reclamar da imprensa brasileira…


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