Alexandre B. Cunha
Um admirador do socialismo, o qual goza de elevada reputação entre os seus correligionários, visitou Cuba recentemente. As informações disponíveis no perfil que a pessoa mantém no Facebook sugerem que um dos objetivos, senão o principal, da visita foi comparecer às cerimônias fúnebres de Fidel Castro. Conforme será detalhado abaixo, ele cometeu um ato falho que muito revela sobre o que é a realidade de uma nação socialista.
Em um post divulgado no Facebook, o viajante escreveu o seguinte:
O álcool está terminantemente proibido pelo luto oficial em Cuba. É claro que eu já dei um jeito: estou tomando rum numa xícara de café depois de muita negociação e jeitinho com o garçom […]
Apesar da brevidade, tal nota revela muito sobre o caráter totalitário do socialismo. O trecho “O álcool está terminantemente proibido pelo luto oficial em Cuba.” evidencia o grau de controle do estado sobre o indivíduo. Todos estão obrigados a lamentar a morte do ditador. Todos estão obrigados a ficar de luto. Ninguém pode consumir bebida alcoólica… Não interessa se você não está nem aí para o Fidel. Não interessa se você gostava ou não do tirano. O ditador mandou a sua família para o paredão?! Não interessa, nada de bebida alcoólica para você… O comentário do viajante confirma, mais uma vez, que o estado socialista busca controlar completamente a vida das pessoas.
Considere agora o trecho “[…] eu já dei um jeito: estou tomando rum numa xícara de café depois de muita negociação e jeitinho com o garçom […]”. A afirmativa ilustra, mesmo que de forma imperfeita, uma abominável faceta da vida em uma sociedade socialista: a constante necessidade de se obter bens, inclusive essenciais como alimentos e remédios, ao arrepio das regras oficiais. Na onipresente propaganda governamental, a vida é maravilhosa; porém, a realidade é composta por uma sucessão interminável de “negociações” e “jeitinhos”.
Definitivamente, o cotidiano da ilha-prisão é algo realmente abjeto…
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