Alexandre B. Cunha
O leitor certamente se recorda do episódio no qual a presidente Dilma enviou para o Sr. Lula um termo de posse antecipado que somente deveria ser utilizado em caso de ‘necessidade’. Essa infame ocorrência teve como coadjuvante um mensageiro, ao qual a presidente se referiu como Bessias.
Posteriormente, o nome completo do Bessias foi amplamente divulgado na imprensa. Surge então a seguinte indagação: qual é a remuneração mensal de um mensageiro do Planalto? Bem, a figura abaixo fala por si só.
Sim, em fevereiro de 2016 o Bessias teve um salário bruto de aproximadamente R$ 38 mil! Desse total, R$ 31 mil correspondia à remuneração regular, ao passo que os restantes R$ 7 mil foram decorrentes de jetons. Bom, acredito que seja correto afirmar que nunca antes na história ‘desti paíz’ um mensageiro foi tão bem remunerado.
Na verdade, o mensageiro do Planalto é procurador da Fazenda e está cedido ao Ministério da Casa Civil. Cabe aqui a seguinte pergunta: por qual razão a presidente Dilma solicitou a um funcionário tão bem remunerado que executasse uma tarefa típica de um office-boy? Há pelo menos duas possíveis respostas: (1) o caos no governo petista é tamanho que não se atenta para a gritante ineficiência econômica de se ter um procurador atuando como office-boy ou (2) a anomalia da missão exigia que a mesma fosse desempenhada por uma pessoa plenamente confiável.
Fica a critério do leitor optar por (1) ou (2) ou mesmo identificar explicações alternativas. De toda forma, esse lamentável episódio ilustra um problema que, a menos de um lapso de minha parte, tem sido amplamente ignorado: a participação de servidores públicos de carreira no descalabro petista.
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